sexta-feira, 7 de março de 2014

Não é só na casa da vizinha...

     
  
    Na semana da mulher, as homenagens são muitas, mas precisamos, também, lembrar daquelas mulheres que sofrem violência todos os dias, todos os anos...
     Quando não passamos por isso, ou não conhecemos alguém que tenha passado (ou ainda passe), nos iludimos pensando que "essas coisas só acontecem com os outros", que "são notícias sensacionalistas", mas, infelizmente, não é bem assim.

     O IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) apresentou, em 2013, um estudo inédito sobre a violência contra a mulher em todo o Brasil e os resultados são assustadores! Vamos a alguns deles:

"• Estima-se que ocorreram, em média, 5.664 mortes de mulheres por causas violentas a cada ano, 472 a cada mês, 15,52 a cada dia, ou uma a cada hora e meia. 
• As regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte apresentaram as taxas de feminicídios mais 
elevadas, respectivamente, 6,90, 6,86 e 6,42 óbitos por 100.000 mulheres. 
• As UF com maiores taxas foram: Espírito Santo (11,24), Bahia (9,08), Alagoas (8,84), Roraima (8,51) e Pernambuco (7,81). Por sua vez, taxas mais baixas foram observadas nos estados do Piauí (2,71), Santa Catarina (3,28) e São Paulo (3,74). 
Mulheres jovens foram as principais vítimas: 31% estavam na faixa etária de 20 a 29 anos e 23% de 30 a 39 anos. Mais da metade dos óbitos (54%) foram de mulheres de 20 a 39 anos. 
• No Brasil, 61% dos óbitos foram de mulheres negras (61%), que foram as principais vítimas em todas as regiões, à exceção da Sul. Merece destaque a elevada proporção de óbitos de mulheres negras nas regiões Nordeste (87%), Norte (83%) e Centro-Oeste (68%). 
A maior parte das vítimas tinham baixa escolaridade, 48% daquelas com 15 ou mais anos de idade tinham até 8 anos de estudo. 
29% dos feminicídios ocorreram no domicílio, 31% em via pública e 25% em hospital ou outro estabelecimento de saúde. "

     Mas este estudo aponta somente o número de mortes e não inclui os dados de outros tipos de violência como a moral, a sexual e a física (que não levaram a mulher a morte), sem contar os casos que não são conhecidos. 
    Nós, mulheres, temos, como OBRIGAÇÃO com nós mesmas, que ter amor próprio! Não permita que NINGUÉM agrida você, seja com palavras ou fisicamente. O perdão da primeira violência abre portas pra que outras aconteçam.
     Se você passa por esse sofrimento, não se omita! Procure ajuda! Se não passa, mas conhece ou suspeita de alguém que passe, converse com essa mulher, aproxime-se, não a julgue, ouça e ajude-a a procurar ajuda!


     Se a justiça nesse país não funciona, procure ONGs, o Ministério Público, a Delegacia da Mulher e DENUNCIE! Mas, se o medo ainda te impede, procure, inicialmente, alguém pra conversar, pra se abrir... Falar ameniza a dor e vocês podem seguir na luta juntos(as)!

    Se cada uma fizer sua parte, como cidadã e MULHER, quem sabe, daqui a alguns anos, esses resultados serão melhores...



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